A cada dia que passa, mais lembro-me do
filósofo Diógenes sa-indo de
seu barril improvisado como moradia, ironicamente segu-rando
uma lamparina, a cata de um Homem Honesto.
Estou concluindo que Homens Honestos somente os encontra-rei dentre os mais humildes.
Aquele motorista de táxi que levou à sua dona, a bolsa
esque-cida no banco de trás de seu carro. Aquele que ao sair da padaria
verificou que o caixa deu-lhe o troco à mais e voltou para devolver
a quantia recebida indevidamente. Aquele que achou uma pasta abandonada no
banco da praça de um
jardim público, repleta de dólares e entregou-a
à delegacia de polícia mais
próxima. Cidadãos anonimamente honestos, por princípios morais, retidão
de
um ca-ráter nato ilibado...
Lembro-me que, quando jovem, em locais de grande
frequên-cia de
público, havia sempre um lugar que tinha
um cartaz dizen-do: ACHADOS E
PERDIDOS. Sumiram, perderam a razão de sua exis-tência!
Quão decepcionante é descobrir que uma grande maioria da-queles
que estão no topo, lá chegaram usando de falcatruas, su-bornos,
conchavos e
outros expedientes menos confessáveis.
Deposito agora minhas esperanças, como uma das exceções, em Antonio Ermírio de Moraes, como um empresário bem sucedido,
trabalhador e honesto. Que não me venha, após sua morte, algum
difamador de imagens dizer, na sua ausência, algo que comprome-ta o caráter
desse homem de bem.
Que fale agora, ou cale-se para sempre!
Vale lembrar aqui o que disse o nosso eminente Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a
de-sonra, de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem
chega a desanimar
da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”
Por isso, cada vez mais cresce minha afinidade, admiração e
respeito pelos meus irmãos mais humildes, destituídos de riquezas
terrenas mas abastados de bens muito maiores, de valores morais incalculáveis e
inegociáveis.
Antes ser um pobre honrado, do que um milionário desonrado!