Começo
a escrever esta crônica não querendo escrevê-la. Movido por uma força
estranha que manifesta-se inquieta em minhas entranhas, tal como um
sentimento de que não posso deixar pra lá, que recusa-se ao simples virar de
uma página.
Sou
criança na Internet com apenas uma década incompleta de convivência com meus
pares = leitores, escritores (cronistas, contistas,
críticos...), pensadores, formatadores, poetas, etc. Nes-sa minha
caminhada vários conhecidos encontrei que, por empatia e/ou afinidades
recíprocas, transformaram-se em meus Amigos unidos por sólidas amizades.
No
repente do inesperado, do difícil de ser pacificamente aceito, esses Amigos
nos são arrancados para sempre. Partem sem adeus e nos deixam entregues à
dor sufocante de uma insuportável ausência. Ausência em que os fazem mais
presentes do que dantes, quando aqui conosco estavam.
Com mão
trêmula de emoção retiramos seus nomes da lista de contatos e, no ato,
lágrimas furtivas ofuscam nossa visão. Do fundo de nosso peito vem um triste
e incontido soluço e custamos a recuperar o equilíbrio necessário para
continuarmos em frente. O desânimo nos convida a parar...
A cada
derradeira despedida, em noites enluaradas, procuro e acho no firmamento
mais uma estrela a brilhar e sorrindo para ela aceno aqui de baixo dando-lhe
um até breve. Consola-me saber que não foi uma estrela que se apagou e sim
uma nova que ganhamos em nossa constelação virtual da Internet.
Deixo
de citar os nomes dos que se foram, por ser uma dolo-rosa e insuportável
tarefa. Que cada um busque em seus corações e lá acharão os nomes guardados
para todo o sempre.
QUANDO
ME FOR, QUE POSSA REVÊ-LOS!
Nota: Leia-se "Crônica" no duplo e amplo sentido da palavra.
Ary Franco (O Poeta Descalço)
Fundo Musical: Hoje morreu
um Poeta - Artur Batalha
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