De tempos em
tempos a Mama deixa seu casarão em Santa Teresa e vem para Vitória para
ficar alguns dias comigo.
Eu me preparo
para esta visita com muito carinho.
Faço um
roteiro dos lugares que iremos.
Mamãe tem 84
anos e sua idade não interfere nos passeios que gos-ta de fazer.
Supermercados,
restaurantes, shoppings, igrejas, praias, ela adora o burburinho da
grande cidade.
Eu amo segurar
suas mãos enquanto passeamos.
É mão dada
mesmo!
Os cinco
filhos se esmeram para que ela se sinta da melhor forma.
Depois que
papai se foi, este cuidado dobrou.
Durante toda
sua vida ela batalha contra uma enxaqueca insistente e agora está
sentindo fortes dores nas pernas.
Eu marquei uma
visita à geriatra, uma jovem médica que leva mui-to a sério o trabalho
que faz.
Quando mamãe
disse que estava com dores, ela disse:
- Vamos então
tomar uma injeção?
Ela vai passar suas dores, vai diminuir a tosse, a
dor de cabeça e esta dor nas pernas.
Mamãe enfrenta
qualquer coisa, ao contrário dos filhos.
Se pudermos
evitar uso de medicamentos, encontraram aqui uma turma dura na queda!
Mamãe não.
Entra em
ressonância magnética como se fosse ao circo!
E lá fomos nós
para a injeção.
A enfermeira
tomou o cuidado necessário para que não doesse.
- E aí, doeu?
- Nadinha!
Nem
senti a agulha.
Saímos da
Clínica e quando estávamos chegando no elevador, ma-mãe me olha, com
carinha assustada.
- Minha filha,
tem um caroço enorme no meu bumbum!!!
Voltamos
depressa para a Sala de Enfermagem, onde uma enfer-meira desesperada nos
recebeu.
Fiquei até com
pena da moça...
Estava tudo
tão bem... e além do mais, não daria tempo pra cres-cer um caroço tão
grande no bumbum da minha amada Mãe.
Delicadamente,
a enfermeira foi à procura do caroço.
Um chumaço
redondinho de algodão branquinho e feliz tapava o lo-cal onde a injeção
foi dada.
Saímos da
Clínica às gargalhadas!