Som de flauta, sibilar do vento Faz-me regredir no tempo... No sopé da montanha, a campina salpicada de flores, era tapete para nossa árvore coberta de magnólias brancas exalando, doce perfume. Lembro-me de você, recostadoao seu tronco parecia estar, em mundo diferente do nosso. Passava horas tocando flauta, não lhe faltava fôlego e agia como se estivesse em transe! O vento nestes momentos, sem conseguir disfarçar a inveja fazia-se presente, em fortes rajadas rasgava folhas, partia galhos. Sentia-se enfurecido, por não entender sua magia! Sendo ele todo poderoso, só você era capaz deste feito soprar um pequeno bambu todo furado e, produzir melodias harmoniosas. O gênio enfurecido soprava com mais força fazendo dobrar,o ma-jestoso bambual que, genuflexo e sofrido gemia resultando, na mais bela sinfonia! Feito esse que, só um coral angelical conseguiria executar, o que ele ignorava é que, a cada golfada de ar emitida, mais longe levava o som, que o instrumento musical produzia. Enquanto eu... extasiada, apaixonada e orgulhosa de ti o aplaudia, entretanto você, nunca ouviu-me... sequer, notava minha presen-ça...
Nadir A. D'Onofrio |