Habituada a despertar
pela manhã com a algazarra das maritacas, formando um coral, ensurdecedor,
dispensei os relógios.
As aves em grupos
sobrevoam as matas, incansavelmente, durante horas, não, adianta querer voltar a
dormir, pois, não se consegue.
Contudo, desde que foi
decretado a quarentena, devido a pande-mia do Covid19, pelo vírus SARS-Cov2, a
cidadezinha de Serra Ne-gra/SP, incrustada na serra, com população estimada de
29.229 habitantes, dados obtidos pelo último senso do ano de 2019, as pessoas,
atendendo as solicitações, médicas, governamentais, tem estado realmente em
recolhimento.
Estabelecimentos
fecharam as portas, pessoas, não circulam pelas ruas a não ser, para fazer o
estritamente, necessário.
Não se ouvem,
gargalhadas de crianças, barulhos de motores de carros, motocicletas, sirenas,
sinos das igrejas, não badalam.
Impera um silencio,
sepulcral!
Até aí, nada de
anormal diante a fase que estamos vivenciando, só, que algo chamou minha
atenção, as maritacas, silenciaram de vez, gatos, sumiram de cima dos telhados,
cachorros, não latem, bem-te-vis, sanhaços, sabias do campo que cantam o dia
todo, silencia-ram!
Os colibris, beija
flores, canarinhos da terra que alimento e forne-ço água, não, raro tenho que
encher as garrafinhas, duas, vezes ao dia, tamanha é a assiduidade das aves,
também, desapareceram como que, por encanto.
Hoje pensando nesse
incidente lembrei-me de determinadas aulas que tive na época em que cursei
Teosofia:
Alguns ensinamentos
diziam que quando, uma energia, extensa for, emanada, sobre o planeta, seja ela,
boa ou ruim, forma-se uma, egrégora, essa força energética, age, sobre todos os
seres da natu-reza, indistintamente.
Nesse momento reavivei
minhas lembranças, exemplos, que nos fo-ram passados, exercícios, vivenciados, e
compreendi a razão do su-miço das aves.
Que essa energia
criada por nós e expandida, sirva, não somente para evitarmos a propagação do
vírus, circulante, mas, também para nos conscientizarmos do real papel que nos
cabe como, seres humanos e irmãos que somos, habitando o mesmo planeta, dentro
do contexto universal.