O elefante e o colibri




Numa linda manhã ensolarada passeavam pela densa floresta um elefante e um colibri.

Obviamente, o segundo ia pousado sobre a cabeça do primeiro e conversavam como dois velhos amigos, pois assim o eram.

__ Meu amigão, estava pensando que um dia vamos nos separar e fico triste com isso. Minha existência dificilmente ultrapassa a do-ze anos de vida, enquanto que a tua poderá ir a uns oitenta.

__ Quando te fores, vou sentir bastante tua falta. Difícil vai ser ar-ranjar outro amigo para conversar. Carregando este peso enorme, às vezes sinto-me cansado e invejo tua leveza.

__ E eu me sinto tão frágil... queria ser forte e robusto como tu. Todos te respeitam, enquanto que a mim só me resta a beleza de minha plumagem. Inda bem que não me capturam pois sabem que morro se for aprisionado em uma gaiola. Só vivo em liberdade!

__ Mas, em compensação, pouco te basta para alimentar-se. O né-ctar das flores já te satisfaz, enquanto eu tenho que passar grande parte do dia pastando para encher meu estômago gigantesco. Tu podes voar com agilidade para lugares distantes, enquanto eu tenho movimentos lerdos e arrasto-me em passadas lentas. Tenho que dormir em pé, recostado numa árvore, não posso deitar-me.

__ Se nós soubermos nos valorizar, veremos quanto Deus é Perfeito em suas criações, não é? Apesar de minha pequenez, tenho minhas vantagens.

__ Eu também não devo me queixar. Sou grandalhão e abrutalhado e nada temo na floresta, a não ser o bicho homem que nos mata para ficar com o marfim de nossas presas. Depois abandona nossas carcaças para serem devoradas pelos animais carnívoros e aves rapaces.

__ Lembra da história infantil que te contei? Aquele teu semelhan-te Dumbo que voava? Quem sabe um dia, movimentando tuas ore-lhas enormes consigas também voar? Pense nisso!

__ Ah! Meu amiguinho... isso só mesmo em desenho animado. Con-sola-me pensar na pobre da baleia azul que é muito maior do que eu chegando a medir quase vinte metros de comprimento, mas condenada a viver nos oceanos, sem poder apreciar a natureza como nós fazemos.

__ É! Vivamos satisfeitos como somos e com aquilo que Deus nos deu! O dia que a humanidade pensar dessa forma todos seremos fe-lizes e viveremos em PAZ neste imenso Mundo que temos para des-frutar.

E LÁ SE FORAM FLORESTA ADENTRO, AMBOS FILOSOFANDO SOBRE O QUÃO SERIA BOM, CADA UM CONFORMAR-SE COM O QUE É, E NÃO QUERER TIRAR PARA SI PRÓPRIO O QUE É DO PRÓXIMO! QUE SEJAS UM COLIBRI OU UM ELEFANTE, CONFORMA-TE COM O QUE ÉS E COM O QUE DEUS TE DEU! LIVREMO-NOS DA INVEJA E DA COBIÇA e VIVAMOS EM PAZ!!


Ary Franco
(O Poeta Descalço)



 

 
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