Em Busca da Felicidade - 3ª Parte


Continuação

(
3ª Parte)

       No curto percurso Marcela sucintamente contou para Olavo que formou-se em pedagogia, porém ganhava mais como garçonete na pousada, cumprindo o horário das 6:30h às 14:30h, sendo que na parte da manhã dedicava-se mais à função de ajudante na cozi-nha preparando o desjejum dos hóspedes e almoço, juntamente com mais duas companheiras de trabalho.

       Providencialmente, vindo ao encontro do idealizado por Ola-vo, eles passaram na porta de uma floricultura.

       __ Marcela, por gentileza, me dê licença dois minutinhos.

       Ela permaneceu na porta da loja de flores e, antes de três mi-nutos, ele voltou com duas lindas rosas (uma rubro e outra rosa claro).

       __ Querida, peço que aceite esta rosa vermelha de coração para coração como símbolo do início de nossa sincera amizade e que seja ela crescente e eterna.

       __ Ora, não deveria preocupar-se em fazer este lindo gesto. Você é um perfeito e cativante cavalheiro e eu sou uma emotiva chorona.

       Os olhos umectados de Marcela deixaram Olavo feliz por ter tocado o generoso e nobre coração de sua amiga.

       __ Esta outra flor deixou-me muito curiosa. A quem será ofer-tada?

       __ Quando chegarmos à sua casa, você irá descobrir. Até lá, procure adivinhar... (rimos).

       Dobrando a esquina seguinte, chegaram. Um muro baixo e um portão discreto cercavam um cuidado jardim e o lar de Marcela. Ela adentrou avisando, num tom de voz ligeiramente mais elevado: Mãe, temos visita!

       Discretamente Olavo manteve-se de pé na sala, enquanto Marcela foi buscar sua mãe. De forma simples, trajando um avental para proteger seu modesto vestido, foi-lhe apresentada Da. Magda. Beijei-lhe a mão e ofereci a outra “misteriosa rosa”.

       __ Muito obrigada, o senhor é muito gentil. Vamos sentar, por favor!

       Por quarenta minutos conversaram a três, amenidades descon-traidamente durante o tradicional cafezinho com biscoitos servido numa mesa forrada com uma toalha de linho, tendo ao centro um pequeno jarro contendo um pouco d’água e as duas rosas oferta-das. Em seguida Marcela acompanhou-o até o portão e antes que ela dissesse qualquer coisa, Olavo manifestou a empatia que Da. Magda lhe despertou sentindo nela um elevado ser, repleto de louváveis qualidades, fazendo jus ao seu nome que significa “aque-la que vive na Torre de Deus”.

       __ Mamãe tem mais dois filhos. Apenas eu, cuido dela com muito amor e dedicação; por ela ainda não pensei em casar, mas talvez um dia entregue minha virgindade àquele que vier a ser meu amado marido e que ame também a ela. Acredito que amores recí-procos são indispensáveis ao sucesso da perfeita e inabalável cons-tituição de uma família.

       __ Marcela, vou permanecer na pousada até o final deste mês. Poderíamos conversar todas as tardes desses poucos dias que res-tam para minha despedida? Diga que sim, por favor! Necessito dei-xar que você me conheça melhor e talvez venha a despertar-lhe al-go mais forte que uma simples amizade, algo bem próximo daquilo que você me despertou.

       __ Olavo, acho que nada impede de dar-nos uma chance.

       No até amanhã despediram-se com beijinhos laterais e ele re-tornou à pousada cantarolando e feliz como nunca. Seu coração di-zia-lhe que estava amando depois de longo tempo e que tinha grande chance de vir a ter achado um amor sincero e desinteressa-do. Naquela noite, antes de adormecer agradeceu a Deus a dádiva de estar finalmente trilhando um caminho iluminado em busca da felicidade que tanto almejava.

FIM DA TERCEIRA PARTE

Ary Franco
(O Poeta Descalço)

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