O Ano Em Que Os Nazistas Atacaram o Nordeste Brasileiro - 1942
 

Fonte: MSN – 24/08/2023

Victor Soares - Artes/Cultura
Atualização: Maio de 2024
 

O Ano Em Que Os Nazista

 

Atacaram o Nordeste Brasileiro - 1942

Em um capítulo sombrio e marcante da história brasileira, durante a Segunda Guerra Mundial, a costa do Nordeste se tornou palco de um dos episódios mais terríveis do conflito global.

Entre os dias 15 e 19 de agosto de 1942, o submarino alemão U-507, sob o co-mando do experiente Harro Schacht, lançou uma série de ataques brutais que deixaram um rastro de destruição e morte, trazendo terror ao litoral brasileiro.

No decorrer de apenas três dias, sete navios mercantes brasileiros foram alvo dos torpedos alemães.

As águas calmas e quentes da região Nordeste foram transformadas em zona de batalha, onde o horror e a crueldade se fizeram presentes de forma inimaginável.

Os ataques

Navio Araraquara foi alvo do submarino alemão na costa de Sergipe. (Fonte: Wiki-media Commons / Divulgação)

O Baependi, um navio brasileiro de passageiros e de carga, teve seu destino mu-dado de maneira abrupta.

No dia 15 de agosto, o navio foi brutalmente atacado enquanto navegava pela costa de Sergipe.

Dos 306 passageiros a bordo, apenas 36 conseguiram sobreviver à tragédia, dei-xando para trás cenas de desespero e angústia que foram narradas pelos so-breviventes ao longo de anos.

O terror não se limitou ao Baependi.

Logo após a primeira embarcação ser afundada, outro navio, o Araraquara, que também navegava pela costa de Sergipe, foi atacado pelo U-507.

Das 140 pessoas a bordo, 131 morreram.

Em uma sequência devastadora, o U-507 atacou outros navios como o Aníbal Be-névolo, o Itagiba, o Jacira e o Arará, afundando-os e, por consequência, gerando mais mortes.

O número de mortos, somadas as vítimas do Baependi e do Araraquara, totalizou 607 pessoas.

A tragédia no litoral nordestino foi o estopim para a entrada efetiva do Brasil na Segunda Guerra Mundial, alinhando o país aos Aliados na luta contra o nazifas-cismo.

A população brasileira, chocada e indignada com a brutalidade dos ataques, uniu-se em uma mobilização popular sem precedentes.

Esses ataques marcaram um ponto de virada na postura do Brasil em relação à guerra.

A neutralidade cedeu lugar à determinação de combater as forças do Eixo, cul-minando na declaração de guerra do presidente Getúlio Vargas à Alemanha e à Itália.

O fim do algoz

O submarino U-507 foi o responsável por mais de 600 mortes no litoral nor-destino. (Fonte: Wikimedia Commons / Divulgação)

O submarino U-507, que havia semeado dor, morte e destruição, também encon-trou seu fim.

Em janeiro de 1943, ainda em águas brasileiras, mais precisamente no Piauí, ele foi finalmente destruído por um avião da Força Aérea americana, marcando o fim de sua ameaça sobre o nosso país.

Os destroços desse navio nazista repousam agora no fundo do oceano Atlântico, junto com as memórias das vítimas e as histórias de coragem e sobrevivência.

Embora as feridas daqueles trágicos dias nunca possam ser totalmente curadas, é importante lembrar desse capítulo da história para honrar a memória das vítimas e para reafirmar o compromisso de nunca esquecer os horrores da guerra.