Atacaram o Nordeste Brasileiro - 1942 |
Em um
capítulo sombrio e
marcante da
história brasileira,
durante a
Segunda Guerra
Mundial, a costa
do Nordeste se tornou palco de um dos episódios mais terríveis do conflito
global.
Entre os dias 15 e
19 de agosto de 1942,
o submarino alemão
U-507, sob o
co-mando do experiente
Harro Schacht,
lançou uma série de ataques brutais que deixaram um rastro de destruição e
morte, trazendo terror ao litoral brasileiro.
No decorrer de
apenas três dias, sete navios mercantes brasileiros foram alvo dos torpedos
alemães.
As águas calmas e
quentes da região Nordeste foram transformadas em zona de batalha, onde o
horror e a crueldade se fizeram presentes de forma inimaginável.
Navio
Araraquara foi
alvo do submarino alemão na costa de Sergipe. (Fonte:
Wiki-media Commons / Divulgação)
O Baependi,
um navio brasileiro de passageiros e de carga, teve seu destino mu-dado de
maneira abrupta.
No dia 15 de
agosto, o navio foi brutalmente atacado enquanto navegava pela costa de
Sergipe.
Dos 306
passageiros a bordo,
apenas 36
conseguiram sobreviver à tragédia,
dei-xando para trás cenas de desespero e angústia que foram narradas pelos
so-breviventes ao longo de anos.
O terror não se
limitou ao Baependi.
Logo após a
primeira embarcação ser afundada, outro navio, o
Araraquara,
que também navegava pela costa de Sergipe,
foi atacado pelo
U-507.
Das 140 pessoas a
bordo, 131 morreram.
Em uma sequência
devastadora, o
U-507
atacou outros navios como o
Aníbal Be-névolo,
o
Itagiba,
o
Jacira
e o
Arará,
afundando-os e, por consequência, gerando mais mortes.
O número de
mortos, somadas as vítimas do Baependi e do Araraquara, totalizou 607
pessoas.
A tragédia no
litoral nordestino foi o estopim para a entrada efetiva do Brasil na Segunda
Guerra Mundial, alinhando o país aos Aliados na luta contra o nazifas-cismo.
A população
brasileira, chocada e indignada com a brutalidade dos ataques, uniu-se em
uma mobilização popular sem precedentes.
Esses ataques
marcaram um ponto de virada na postura do Brasil em relação à guerra.
A neutralidade
cedeu lugar à determinação de combater as forças do Eixo, cul-minando na
declaração de guerra do presidente Getúlio Vargas à Alemanha e à Itália.
O fim do algoz
O submarino U-507
foi o responsável por mais de 600 mortes no litoral nor-destino. (Fonte:
Wikimedia Commons / Divulgação)
O submarino U-507,
que havia semeado dor, morte e destruição, também encon-trou seu fim.
Em janeiro de 1943,
ainda em águas brasileiras, mais precisamente
no Piauí,
ele foi finalmente
destruído por um avião da Força Aérea americana,
marcando o fim de sua ameaça sobre o nosso país.
Os destroços desse
navio nazista repousam agora no fundo do oceano Atlântico, junto com as
memórias das vítimas e as histórias de coragem e sobrevivência.
Embora as feridas
daqueles trágicos dias nunca possam ser totalmente curadas, é importante
lembrar desse capítulo da história para honrar a memória das vítimas e para
reafirmar o compromisso de nunca esquecer os horrores da guerra.
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