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O Hino do Estado do Ceará, instituído pelo decreto estadual nº 27 275 como um dos símbolos do estado, foi concebido por intelectuais cearenses em comemo-ração aos trezentos anos da Fundação do Ceará, considerando a vinda dos pri-meiros portugueses ao território, tendo à frente Pero Coelho de Sousa, ocorrida em 31 de Julho de 1603.

Tal data é considerada o marco cronológico mais antigo da história do Estado do Ceará.

À ocasião, Barão de Studart foi o presidente da comissão organizadora dos feste-jos.

Alberto Nepomuceno ficou encarregado de compor o Hino, cuja execução ocor-reria no evento das comemorações.

A letra é de Thomaz Pompeu Lopes Ferreira e a orquestração e regência é do maestro Zacarias Gondim.

Letra do Hino do Ceará

Terra do sol, do amor, terra da luz!
Soa o clarim que a tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Em clarão que seduz!
Nome que brilha - esplêndido luzeiro
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Chuvas de pratas rolem das estrelas
E despertando, deslumbrada ao vê-las
Ressoe a voz dos ninhos
Há de florar nas rosas e nos cravos
Rubros o sangue ardente dos escravos

Seja o teu verbo a voz do coração
Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
Ruja teu peito em luta contra a morte
Acordando a amplidão
Peito que deu alívio a quem sofria
E foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!
Vento feliz conduza a vela ousada
Que importa que teu barco seja um nada
Na vastidão do oceano
Se à proa vão heróis e marinheiros
E vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Há de florar em messes, nos estios
E bosques, pelas águas!
Selvas e rios, serras e florestas
Brotem do solo em rumorosas festas!

Abra-se ao vento o teu pendão natal
Sobre as revoltas águas dos teus mares!
E desfraldando diga aos céus e aos mares
A vitória imortal!
Que foi de sangue, em guerras leais e francas
E foi na paz, da cor das hóstias brancas!
 


 
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