Quem tem miopia enxerga bem de perto,
mas com dificuldade à distância.
Elementos cada vez mais presentes na
vida cotidiana, como celulares,
tablets e computadores, são apontados entre
os principais culpados pelo aumento nos casos de miopia no mundo.
O índice de pessoas com esse tipo de deficiência
visual é tão alto que a Organização Mundial de Saúde (OMS)
começa a considerá-la uma epidemia em muitos países.
A previsão é de que, em 2020,
cerca de 35% da população mundial estejam sofrendo de
miopia e que, em 2050,
o número tenha alcançado 52%.
As pessoas com essa condição têm boa visão de perto,
mas enxergam com dificuldade à distância - o que significa que conseguem
ler livros ou ver imagens na tela do computador, por exemplo, mas de longe
têm a sensação de vista embaçada.
A miopia causa problemas não só devido
aos danos diretos à retina, mas também por aumentar o risco de catarata e
glaucoma - e, em casos extremos, levar à cegueira.
As complicações associadas a ela têm
um alto custo social e econômico.
Mas há alguma forma de combater a
miopia?
Segundo o instituto de pesquisas australiano
Brien Holden Vision Institute, em um relatório
endossado pela OMS, algumas medidas e
tratamentos podem ajudar a retardar o aumento da
dioptria - a unidade de medida que determina o grau de miopia.
1 - Atividades Ao Ar Livre |
Atividades ao ar livre podem retardar a aparição e
possivelmente reduzir a progressão da miopia.
Há evidências de que o tempo passado ao ar livre pode
retardar a aparição e possivelmente reduzir a progressão da miopia.
Em um estudo citado no relatório, é observado que a
incidência de novos casos de miopia foi
significativamente reduzida ao longo de um ano
- em cerca de 50%
- quando o
tempo ao ar livre tempo foi aumentado em 80 minutos
por dia para crianças entre 7 e 11 anos.
“Ainda não se sabe que mecanismo
exatamente faz com que as atividades ao ar livre exerçam um efeito
protetor.
Mas imagina-se que, nessa
condição, o olho se acostume a focar objetos distantes”,
explica
Alfredo García Layana, especialista em Oftalmologia da Clínica da
Universidade de Navarra.
Especialistas também apontam atividades que aumentam a
propensão à miopia.
“As
pessoas que leem muito, escrevem muito ou realizam trabalhos no computador
podem ter um risco maior de desenvolvê-la.
A quantidade de tempo que uma pessoa passa em jogos
eletrônicos ou assistindo à TV também pode influenciar”,
explicam os especialistas da Clínica Mayo em sua página na internet.
A aplicação de baixas doses de colírio de atropina nos olhos
é apontada como medida eficaz para reduzir o aumento da miopia.
O uso diário de colírio de atropina, mediante
prescrição médica, é um tratamento considerado efetivo contra o aumento da
miopia.
Segundo a OMS, uma dose de 0,01% tem
poucos efeitos colaterais.
A Organização cita um estudo no qual o
uso nessa proporção reduziu a progressão da miopia em 50% em crianças de 6
a 9 anos.
Quando administrada diariamente em dose baixa, a
atropina estimula os músculos dos olhos o suficiente para controlar a
miopia e prevenir seu avanço.
“A atropina é indicada para
crianças que já têm miopia, enquanto continua seu estágio de
desenvolvimento, que é quando o globo ocular segue cres-cendo”, diz
García Layana.
Este medicamento, lembra o especialista, não está
disponível para o pú-blico em geral e, como qualquer outro, só deve ser
utilizado com pres-crição médica.
3 - Óculos E Ortoceratologia |
Há evidências de que os óculos multifocais podem reduzir
ligeiramente a taxa de progresso da miopia.
As lentes bifocais, por sua vez, estão
associadas a reduções substancial-mente maiores.
Mas há ainda outro método que ajuda a
combater a miopia: é a orto-queratologia, um tratamento não cirúrgico que
permite reduzir a miopia.
A previsão é de que, em 2020, quase
35% da população mundial estejam sofrendo de miopia e que, em 2050, sejam
quase 52%.
A ortoceratologia implica o uso de lentes de contato
rígidas à noite.
Há evidências de que “o
uso dessas lentes durante a noite achata a córnea fazendo com que o olho
possa focar melhor ao longo do dia.
Além desse efeito óptico, existem estudos que sugerem
que a ortoce-ratologia também pode frear a progressão da miopia”,
diz García Layana.
No entanto, esse é o método mais caro
de todos.
Um par dessas lentes custa entre
US$ 800 e US$ 1.500 (aproximadamente de R$
3.120 a R$ 5.850).
“O uso dessas lentes levou a uma
redução constante na progressão da miopia de aproximadamente 45% em um
período de dois anos e de 30% em cinco anos”, explica o relatório ao
citar esse estudo.
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