O Minuto De Silêncio

 

Sabia Que O Minuto De Silêncio Foi Inventado Em Portugal?

 

Recebi em 07/10/2016
 


Colaboração
da amiga Maria Teresa (Portugal)

De todas asinvençõesportuguesas, a mais universal e mais di-fundida é, sem dúvida, o minuto de silêncio.

O minuto de silêncio com o qual se presta homenagem a um morto ilustre ou a mortos em catástrofes.

Tudo começou em 1912 com a morte do Barão do Rio Branco, ministro dos negócios Estrangeiros do Brasil e pessoa muito que-rida em Portugal, por ter sido um dos primeiros estadistas a pa-trocinar o reconhecimento da República Portuguesa em 1910.

José Maria da Silva Paranhos Júnior nasceu no Rio de Janeiro a 20 de abril de 1845, filho do também diplomata que se tornou famoso sob o título de Visconde do Rio Branco.

Político competente, o barão foi ministro dos Negócios Estrangeiros durante os governos presidenciais de 1901 até a data de sua morte em 10 de fevereiro de 1912.

Antes da República,
Paranhos Júnior servira com igual empenho a causa da monarquia.

A sua morte teve tal repercussão no Brasil que o governo fez um decreto adiando o carnaval, para que esse período de festas não coincidisse com o luto nacional.

Como ministro dos Negócios Estrangeiros,
Rio Branco foi o respon-sável pela demarcação das fronteiras, trabalho que executou com engenho e arte, dilatando ainda mais o já vasto território brasileiro com a anexação do atual estado do Acre, que pertencia à Bolívia (1904), uma área em litígio com a Guiana Francesa, que abrangia quase todo o atual Estado do Amapá, e resolvendo em favor do Brasil um litígio fronteiriço com a Argentina, incorporando em defi-nitivo uma área territorial de 30 mil 621 km quadrados.

Em Portugal havia um verdadeiro culto pelo Barão do Rio Bran-co, o estadista ilustre que o Brasil perdeu, e o seu nome era en-tre nós tão querido e tão espalhado que raro dos portugueses de uma certa cultura o desconhecia.

Todos os que amam o Brasil e seguem atentamente os seus mo-vimentos políticos e literários, os que lá vão em busca de um pouco de bem-estar, os artistas que viajam anualmente na terra nossa irmã, os comerciantes que regressam com o seu pecúlio e vão instalar-se nas suas províncias, todos recordavam com admi-ração o nome do ilustre homem de Estado, como ficou registra-do na Ilustração Portuguesa, de 26 de fevereiro de 1912, lamen-tando a sua morte e noticiando a missa de sétimo dia em sufrágio da sua alma.

A morte do Barão do Rio Branco causou um forte impacto em Portugal.

O parlamento português na sua reunião do dia 13 de fevereiro, sob a presidência de Aresta Branco, em homenagem ao morto ilustre, suspendeu a sessão por meia hora – como era tradici-onal.

Já na reunião do Senado no dia seguinte, sob a presidência de
An-selmo Braamcamp e secretariada por Bernardino Roque e Paes de Almeida, inovou e revolucionou.

O presidente, aludindo ao falecimento do Sr. Barão do Rio Branco, recordou que os altos serviços por aquele estadista prestados ao seu país e a circunstância de ser ele ministro quando o Brasil reconheceu a república portuguesa, escrevia o Diário de Notícias sobre a sessão.

Continuando com a evocação do DN:
Honrou também o Barão do Rio Branco as tradições lusitanas da origem da sua família e por tudo isso propôs que durante dez minutos, e como homenagem à sua memória, os senhores senadores, se conservassem silenci-osos nos seus lugares. Assim se fez….

Cumpriu-se, assim, o primeiro momento de silêncio que se tem no-tícia, numa sucessão que se vem prolongando até os nossos dias.

Depois deste dia, todas as vezes que morria alguém passível de ho-menagem, o parlamento português repetia o gesto.

Com o tempo, de dez minutos passou a cinco, depois a um, co-mo atualmente.

Em seguida, as casas legislativas europeias copiaram o modelo português e daí para o resto do mundo, ganhando visibilidade sobretudo nos estádios desportivos.



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