Olodumaré entregou a Oxalá o saco da criação para que
ele criasse o mundo.
Essa missão, porém,
não lhe dava o direito de
deixar de cumprir algu-mas obrigações para
outros Orixás e Exu, aos quais ele
deveria fazer alguns sacrifícios e oferendas.
Oxalá pôs-se a caminho
apoiado em um grande
cajado, o Paxorô.
No momento em que deveria ultrapassar a porta do
Orun, encontrou-se com
Exu que, descontente porque
Oxalá se negara a
fazer suas oferendas,
resolveu vingar-se, e provocou-lhe uma sede
intensa.
Oxalá não
teve outro recurso senão o de
furar a casca de um
tronco de um dendezeiro para saciar sua sede.
Era o vinho de palma,
também conhecido como emu e
oguro, o qual Oxalá
bebeu intensamente.
Bêbado, não sabia onde
estava e caiu adormecido.
Apareceu, então,
Olófin Odùduà, que, vendo o
grande Orixá adorme-cido,
roubou-lhe o saco da criação e, em seguida, foi à procura de
Olodumaré para mostrar o que achara e contar em
que estado Oxalá se encontrava.
Olodumaré disse, então,
que “se ele está neste estado, vá você a Odùduà, vá
você criar o mundo.”
Odùduà foi, então, em
busca da criação e encontrou um universo de água, e aí deixou cair do saco o
que estava dentro.
Era terra.
Formou-se então um montinho que ultrapassou a
superfície das águas.
Então ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco
garras.
Ela começou a arranhar e
a espalhar a terra sobre a
superfície da água; onde
ciscava, cobria a água, e a
terra foi alargando cada vez mais, o que em
Yoruba se diz Ile'nfê,
expressão que deu origem ao nome da cidade Ilê-Ifê.
Odùduà ali se
estabeleceu, seguido pelos outros Orixás, e
tornou-se, assim, rei da terra.
Quando Oxalá acordou, não
encontrou mais o saco da criação.
Despeitado,
procurou Olodumaré, que por sua vez
proibiu-o, como castigo a
Oxalá e toda sua família, de
beber vinho de palma e de
usar azeite de dendê.
Mas como consolo lhe deu a tarefa de
modelar no barro o corpo dos seres humanos nos quais ele, Olodumaré
insuflaria a vida.
Fonte: Wikipédia
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