Ah, Dêem-me Rosas
 
Recebi em 13/03/2023



Ah, Dêem-me Rosas

Quis Deus, que eu fosse esta fraca figura,
Que não tivesse nem terras nem empresas,
E deu-me por espinhos excessiva ternura
Com que visto as minhas muitas incertezas.

E o sono vem sempre tarde por esta altura,
Quando a partilha é solidão e reais incertezas...
E o vetusto caminho, de minha candura,
É uma paisagem vazia de mãos ilesas.

Assim sou dois, o que quer e o que rejeita.
E revolta-se-me o coração, a toda a hora porvir,
A vida e com ela o amor que me enjeita.

Ah, dêem-me rosas, e um mar de calma!
Brancos braços de mulher onde dormir,
O meu desassossego, a minha alma!



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Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia - Portugal - 07/08/2003



* Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com a antiga ortografia.
 


 

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