Meus olhos viram
os passos da natureza:
o sol queimando horizontes,
destruindo terra para nascer.
Viram relâmpagos,
riscando o céu
gemendo trovões,
distribuindo raios de luz.
Viram cabeças d'águas
levando casas, cidades,
seres vivos, plantações,
tudo para nascer a fome.
Viram primavera sem flores,
verão de cinzas e explosivos,
outono de folhas secas
e ninguém tingiu ou desbotou.
Viram o inverno,
chorando agasalhos
com lágrimas geladas,
ferindo olhos já machucados.
Viram nascer de começos,
canteiros floridos,
caminhos povoados
e muitos cantos cantados.
RJ-Agosto/2014
(Peça encerrada)