Se não fossem eles que me conduzissem aos teus braços, se eles não existissem o que seria de mim e de todos os enamorados quando chegassem as noites? Ainda que eles próprios se encarreguem de nos preparar as cenas, mas, sem não fossem eles a ditarem aos amantes um sem-número de sonetos... Eles são tão bons que muitas vezes nos transtornam em semidivinos com direitos exclusivos em um aparatoso paraíso. Como tudo na vida neles também existe um definido tempo, embora não se veja ampulheta ou relógio no transcurso das horas... Ah! Que bom sonhar. É como viver uma nova vida no frescor do viço, é como duas almas em um grande abraço estreito e longo existindo no vago misticismo de um sentimento...
Wilson de Oliveira Carvalho |