Das coisas que eu não entendo...

 

Por que não nos sentamos mais nas praças
E brincamos de "Passa Anel" e de roda
Enquanto nossos pais trocam conversas
Amenas, livres, inocentes, verdadeiras,
Cada um com sua cadeira do lado de fora?

Por que nunca mais andamos descalços
Pelas ruas limpas e caminhos de terra
De chapéu de palha ou sapatos de pano
E as calçadas das casas não são mais lavadas
Nos sábados à tarde, pra esperar o domingo?

Por que não fazemos piqueniques com cestas
Toalhas espalhadas na relva, rostos rosados,
Frangos assados na véspera, macarrão e salada,
Debaixo dos laranjais, abacateiros e mangueiras
E o gosto dos pães feitos em casa, macios e puros?

Por que não existe mais a fumaça das chaminés,
Fogões de lenha a cozinhar feijão só com a brasa,
A reza do terço nas casas, o licor de jenipapo,
A emoção da serenata e da banda de música,
Assistir televisão em família aos domingos
Papai e Mamãe sentados nas pontas dos sofás
E nós, felizes, no meio? Tantas coisas não entendo...
Tempo, Tempo! Senhor dono de todos...

Sunny Landrith
(tanto mais a dizer...)

Vitória - ES - 05/04/2009



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