Vento deserto de mim


Depois de tanto me procurar
Juntei-me ao meu coração
E dei vazão a minha saudade
Deixei-me ser usada com a força do tempo
E por horas contemplei ao longe
Um vento deserto de mim
Que impiedoso desfolhava minha alma
Torturando-a ao encontro do nada
Chamei pela paixão gritei pelo amor
Minha voz ecoou na força do vento
Meus gritos não foram ouvidos
Minhas lágrimas não foram aplacadas
Meu soluço incontrolável não foi escutado
Insisto e chamo teu nome
Vem ! rasga este limite em que te refugias
O tempo escasseia não podemos esperar
Nossos corpos
necessitam aplacar a fúria ensandecida
Do desejo da paixão nunca adormecida
Despejar salivas quentes como alimento de nós
Tragar-nos e aproveitar o tempo perdido de amar
Engolir-nos em orgasmo momento insano de prazer
Corpos suados, não quero mais esperar
Vem ! não te faças ausente do teu amor por mim.
Vem ! estou a te esperar.

Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 26/05/2003



 

Anterior Próxima Poetas Menu Principal