Ainda menina, pendurada na parreira
No vinhedo, nas sombras do tempo
Sentia-me uva doce derramando prazeres
Nos cálices brilhantes que embriagavam os amantes
Abraços e beijos que dava sem pressa e sem tempo
Adocicava os prazeres da paixão e luxúria
Sentia-me a uva doce, lambida e espremida
Na vinha da vida de menina, saia levantada
No vento e no tempo esparramando vinho
No meu corpo, encharcando minha pele
Sabor de uva doce, uva menina sabor mel
Chuva adubando o sagrado vinho do amor
No meu corpo de mulher.
Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 21/10/2001