Hoje, mais uma vez,
o vento me recebe à porta,
com notícias de você.
Aumenta minha saudade
e a vontade de estar com meu bem-querer.
Olho-me ao espelho,
onde meu nome é tristeza.
Minh'alma chora os desertos de mim,
espalhados em vestígios-resíduos
colados em meu corpo.
Na ausência impregnada,
tantos detalhes, olhares,
cheiros, gritos,
sussurros e gemidos,
enchem-me inteira,
de toda maneira, em nuances de paixão,
na esperança de somar o que restou de ti
ao que ainda existe em mim:
um vago brilho no olhar,
a capacidade de sentir
e de chorar,
na saudade que o vento leva e traz.
Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 26/05/2003