Resquícios de uma separação
Rose Mary Sadalla

As palavras não podem descrever
Toda dor que sinto em minha alma
Perdi os nossos sonhos,
O lar que construímos juntos, a memória.
Meu mundo acabou e me perdi
Arrancaram até minhas Papoulas e Rosas
Que um dia com as mãos sujas cravadas na terra
As plantei como parte da minha felicidade
Com um lampejo da lâmina de aço, punhal afiado
Transpassaram minha vida dilacerando meu coração
Como verdugo, destruíste anos de dedicação e amor
Mas eu o amarei para sempre até o fim da eternidade
Se me mandarem morrer por você eu morrerei
Pois ainda morta estaria pensando em você
Ainda não sei como vou fazer para me reencontrar
E retomar o pouco que sobrou do muito que ele deixou
Ainda estou sob o impacto de tudo que aconteceu
Só penso em sobreviver sem poder te esquecer
Não tenho mais espaços pra voar nem terra para caminhar
Sou rasgos e resquícios que tenta se manter viva.
Uma avalanche de reflexões acerca-me do presente
São decisões que preciso tomar impingida pela ruptura
São cacos e fragmentos que precisam ser recompostos
Elos de algema que urge serem descentralizados
Mas sou mãe, mulher, irmã, companheira e poetisa
Vou me volitalizar pois sei que um dia vais me procurar
Minhas papoulas e Rosas votarão a florescer
Serei madona e prima-dona pronta a te esperar.

Rio de janeiro, 30 de março de 2003


Formatado por: Carlos Roberto Lemberg