Na calada da noite,
Nos guetos e esquinas me perco
Feito poste parado na estrada
Sou a puta das sarjetas e calçadas
Com o olhar translúcido a vagar
Procuro um famigerado pra amar
Aplacar minha sede de volúpia tardia
Sedenta, dou meu peito que estrebucha
Pra matar a fome do famigerado
Sou puta! a prostituta das noites vazias
Sou afago tardio de noites de espera
Dou pro errante o que ele espera de mim
Me encaixo em seu pomo como vaga-lume aceso
Dobro minhas pernas e deixo ele penetrar
Sinto varar-me o ventre com suas ancas
Sou a puta que o faz gozar e transbordar
Sou dos guetos, calçadas e esquinas
Sou daquele que me fizer vazar mais.
Rose Sadalla
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