Dou-me conta


De repente me dou conta do silêncio
que habita em mim
A claridade tenua da lua tenta se enfiar
Pelas frestas infiltrante de minha alma
Me dou conta então dessa intensa agonia
De saber-me agora enfim sem sonhos, sem fantasias
Vivendo apenas esse meu sentir tão triste
De repente me dou conta que já anoiteceu
e eu nem vi o brilho dos teus olhos castanhos
Das frases minhas apaixonadas lembranças tenho-as comigo
Quem sabe algum dia este alguém me vem e possa ouvi-las
De repente me dou conta que não te ouvi cantar
não ouvi o som da tua voz florescer em mim
Não pude viver as tantas primaveras que sonhei contigo
Confesso esvaziei-me por dentro sem a presença do meu alento
A nostalgia me invade como um cansaço de espera
Se atira na noite, invade a madrugada me permanece muda
Mas no dizer do poeta sempre o amor existe
Torno-me escrava desta espera.


Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 06/01/2000 - 04:00 hs


 

 
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