A poesia me chama


A poesia me chama entre as árvores
de folhas incompletas
O vento é frio, apesar de terno.
Corvos mancham o azul sem luz
desta noite que não começa.
O trem também me chama
E não vou.
Sou tragada por faíscas incandescentes
que parecem detonar fogos de artifícios
causando implosão, carvão ardente
O trem parou, indecente me chama
E não vou.

Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 17/06/2003


 
 
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