O futuro repousa no meu amanhã,
Das angústias passadas e amor
Nas paredes de minha casa,
Fortes marcas de dor
Cheiro dos beijos outrora dados,
Tatear de mãos em meu corpo, devassáveis...
Que escorriam num gemido de dor e prazer.
Nas paredes do meu quarto
O vento atravessava,
trazia a brisa, aragem,
a lua e as estrelas
Testemunhas ocultas da invasão do meu corpo.
E no silêncio da noite, com estrelas a olhar
Eu me entregava e me tornava tua.
Deixava meu corpo se aquecer com o teu
Uma junção! Doce sublimação!
Porque os corpos se entendem.
Deixava marcas de impacto em todas as curvas mais restritas do meu corpo
Indicando, acima de tudo, a doçura do que o amor nem diz e nem pensa.
Desta interação eu ansiava Prole
Para que a flor do belo não se extinguisse
E... ela veio!
Numa alegria compartilhada com meu ventre.
Meu útero desabrochava em Flor.
Minha prole veio ao mundo.
O futuro não nos fez, mais eu continuo.....
Gerei o Amor! Meu querer... meu ser...
Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 24/03/2001