Minha alma sofre de tristeza
Por uma história que nunca começou
Que tentou se encontrar, se achar e se perdeu.
Tento lutar contra qualquer esperança
Que na estupidez do meu inconsciente possa permanecer
Tento lutar contra os preconceitos e conceitos
Que nos primórdios da minha moralidade
Me oprimiam e explodiam como morte
Nos ecos da hipocrisia que explodiam na minha pele
Acariciando-me sobre meus desejos
Me fazendo flutuar por inteira, me deixando leve
Me entumecia e violentava minhas carnes
Como vigo pegajoso, esperma ou gozo
Aprisionada por opressões imorais defloradas
Eu me emprenhava, inflando água
Minhas mucosas inchavam, gritando e se libertando
Da mutação por vida que queria gerar vida.
Cevava minha opressão, enganando o mundo
Me fiz no quarto, no chão, na minha cama
Me perdia na calada das noites
Nos capins, nos campos, nas paredes
Me perdia na edificação da minha criação.
Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 13/07/2001 - 03:11 hs