Recebi em 01/09/2005 |
Meu pai sonhava em casar
com minha mãe e ter uma filha
bem lourinha, tal como ela era,
quando estourou a 2ª grande guerra..
Como militar,
é óbvio que ele tinha que ir,
mas minha mãe com a voz cortada
pelo choro, foi taxativa:
Olha..
se você morrer, eu te mato!
Tive a quem puxar..
Entre cartas que se espaçavam
cada vez mais, mantinham o namoro..
A censura era tanta
que às vezes só chegava o nome dela
no alto e lá embaixo:
Com todo meu amor,
Herald
Numa tarde chega uma infeliz
mensagem dizendo que ele havia sido
alvejado..
Minha mãe não acreditou, pelo simples
motivo que "ele não faria isso com ela"!
Cartas não chegavam mais
e os dias foram se arrastando..
Até que de repente o povo estava todo
nas ruas festejando o final da famigerada
guerra e ela dizendo:
Ele não faria isso comigo!
Quando retornaram os militares para seus
devidos Países, lá foi ela aguardar e na
mente:
Ele vai chegar, tenho certeza!
Desciam vários do navio e nada dele,
minha Vozinha colocou a mão no ombro
dela e disse:
Filha, vamos embora..
Ele sabe o caminho lá de casa!
Quando desce absolutamente magro,
quase irreconhecível, meu pai.
Não tinha sido alvejado coisa nenhuma,
a guerra é que ficou acirrada, como
podia ser visto pelo estado do combatente.
Entre riso e lágrima,
primeiro ela bateu nele,
mas depois o beijou, alí na frente de todos.
Diante de tanta demonstração de amor,
é claro, eles se casaram!
Escrevi esse trecho de sua vida,
em homenagem ao seu aniversário,
se estivesse viva.
Que os dois estejam junto!
rivhahcohen