POBRE CRIANÇA, NUM CANTO!
Ógui Lourenço
Mauri
Foste concebida à rua,
Debaixo dum viaduto;
Por conta
da sina tua,
Da miséria, és o produto.
És tão pobre,
criatura!
Tão jogada no teu canto;
Tua apoucada figura,
A ninguém
provoca espanto.
Mártir, face à cor da pele,
Não conta com ato
nobre;
Quem tem poder te repele,
Ignorada por ser pobre.
Esse
teu coraçãozinho,
Que ainda bate perfeito,
Nunca recebeu
carinho;
Só de quem te deu o peito.
Mas, quem assim
procedeu,
Não teve toda a estrutura.
A delinquência a venceu,
Por
conta doutra aventura.
Sobraste, então, ao relento,
Integrando o
pelotão
Dos que têm por alimento,
De poucos, o
coração.
Catanduva SP, 20/11/2018
Edição
de Texto: Walkyria Garcia
Edição
de midi: Antonio Maury
**Kodoiisch,
Kodoiisch,
Kodoiisch, Adonai Tsebayoth*
*Santo,
Santo, Santo, Senhor Deus do Universo*
Fundo Musical: Abismo de
rosas