Penso no sereno da madrugada sendo algo suave como a brisa que chegando sem dizer nada invade o infinito na noite concisa. Caindo lentamente na enluarada noite, molhando vales e estradas, planta e andarilhos da madrugada, aves que nos galhos adormecem aquecidas pelas folhas e plumagem que Deus criou para as proteger do frio. Nessa serena viagem noite a dentro, segue o sereno cumprindo a sua nobre função. Às vezes sinto uma doida vontade de sair por ai, sem lenço e sem documento, dizendo amem pera vida, nesse silêncio que tem voz enigmática, expressa verdade que nenhuma fala pode expressar. Madrugada serenada a suscitar nosso mundo mágico, interior, enigma que se revela no amor. Sereno e madrugada se casam nessa dupla que vai a divagar levando o nosso ser a sonhar, refletir e no silêncio contemplar o interior do ser numa reflexão que nos faz ouvir a voz do coração. Ninita Lucena Natal - RN |