Veio tudo na minha essência, Na expansão da consciência E fui penetrando fundo Desvendando o meu mundo, Desdobrando em fantasias No contexto dos meus dias. Traços remotos da existência, Amores em forma de saudade No túnel do tempo... Era escuro O encontro com o inconsciente, Marcas e remarcas do tempo Que surgiram sem clemência. Tudo aqui se repetia: Sonhos efêmeros e fantasias, Gestos expressos no corpo Que inerte e quase morto Buscava, então, renascer, E numa tocha se ver Compulsão a repetição, Na mão e na contramão, Tudo fluía e brotava Quando o inconsciente acessava Vagando na imaginação, A CATARSE assim brotava. Dos brotos mais profundos, Útero – Matriz primeira, Lugar calmo, aconchegante Azulado como o céu Mas de repente ao léu Senti-me sendo expulsa, Fechada sem poder ver nada Encontrava-me sem saída Comprometendo a vida. Tudo estava fechado... Como um ser apavorado Que situação malfadada. De repente eu vi uma luz, Algum caminho que conduz À saída, que sufoco, Senti-me quase morta, Pensei: Não consigo passar Por este estreito lugar. Comecei sendo espremida, Todo o meu corpo contraído, Havia grandes paredes, Que angústia e, às vezes, Pensei que ia morrer. Terei de morrer para nascer? Uf! Finalmente daqui sai, Fraca, cansada e por um triz Não despenquei no espaço, Havia uma corda de aço A me arrastar, eram mãos Que não tinham compaixão. Este mundo eu enfrentei, Para respirar, até, apanhei Cortaram a minha ligação Com o útero, cortando o cordão Umbilical. Eu fiquei mal. Entrei no mundo Real, E nesse mundo então Onde existe mão e contramão Eu fui vivendo os meus dias, Realidade, sonho, fantasia, Loucura, sanidade, paixão, O que extrapola – luz/escuridão. Conflitos que vêm à tona, Atritos que se nomeiam, Movimento ascendente E, às vezes, descendente. Luz, sombra, sombras na luz, Algumas vezes, luz nas sombras. Eu, você, nós e o universo, Morte do Eu, caminho certo Ao renascimento de outro Eu Pleno, evoluído, universal Saindo dessa identidade fatal. Tudo expresso nos meus versos Ninita Lucena Natal - RN |