Certa melodia, ao entardecer,
embalou meus sonhos ...
Fez-me refletir e querer
ultrapassar obstáculos,
como as ondas sonoras que vão e vem
acariciando nossos ouvidos
com sons ora estridentes, ora melodiosos,
trazendo-nos lembranças,
recordações vividas, desejos por viver ...
E neste doce embalo, a alma leve,
acompanhou os acordes, flutuou,
voou tranquila, suavemente ...

O pensamento a acompanhou
pelas paragens mais estranhas,
pelos caminhos mais escondidos
que não nos é dado perceber
se não conseguimos, de todo,
observar nosso íntimo.
Pelos recônditos de
becos escuros e sombrios,
sem nos pedir licença,
a alma nos faz passar, andar e ver
toda trama urdida
onde mora o perigo ...

Mas, o Pensamento, reagiu,
desviou, deu meia-volta.
registrou as sombras e
foi ao encontro da libertação,
percebendo as comparações vivenciadas
e o quanto ainda resta compreender ...
Tornou a ver a luz no final do túnel
aos acordes finais da música.

E um silencio sepulcral
se fez presente ...
É neste infimo instante,
que se tem a certeza
de que tudo, na vida,
tem seu final ...
Feliz ou não,
vai depender, muitas vezes,
só de nós mesmos e
de como encaramos,
realmente,
o processo derradeiro,
crucial ...

Nídia Vargas Potsch
@Mensageir@
Rio de Janeiro - RJ - 07/01/2009



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