Interferências - Poetisa Nídia Vargas Potsch

Interferências
Nídia Vargas Potsch

Estruturei-me
na esperança
de encontrar respostas
a certas dúvidas
que me corroem o peito,
me consomem por inteiro...

A doidivana saudade
apertou o cerco
cumpriu a contento seu ritual.
Sorrateiramente, chegou
martelando, martelando...
Virou-me do avesso,
cortou-me o lume,
mudou meu rumo,
deixou-me sem prumo...

Olhei para o alto,
pedi clemência:
D´us por onde prosseguir
sem a interferência
de mil recordações
reavivadas por este algoz persuasivo,
de sonhos não realizados,
de sentimentos frustrados,
de ressentimentos e mágoas,
retratados na dor cimentada
nas pupilas da face, espelhadas,
retratando um sorriso frouxo,
por este caminho hermético
que não escolhi para mim...