Há mil anos procuro

Recebi em 01/06/2009

HÁ MIL ANOS PROCURO...
Nídia Vargas Potsch

Carrego o fardo
do meu cansaço há mil anos.
Há mil anos procuro,
não encontro rumo certo.
A estrada é longa
e o caminho incerto,
sufoco
a cada curva,
a cada atalho,
onde me encontro...

Uma nova procura,
nada vejo, fico descrente,

com a dor do meu caminhar, pesado.

A solidão me faz companhia,
deixei-a ficar.
É melhor que nada,
é minha sina!
Sigo em frente...

Este vazio
estrangula-me a garganta,
solto um grito de ajuda...
de dor... Quero Paz!
Preciso coragem
para prosseguir caminhando,
encontrar o que procuro,
nada mais...

Aquilo que não sei se perdi,
a busca por mim mesma.
Trôpega, de pés descalços,
para sentir o apelo da terra,
Mãe Natureza,
prossigo na busca infinda.
Tento expulsar a solidão
das minhas entranhas,
porque ela habita em mim...
porque ela Sou Eu...

Travestida
de mulher em sonhos
e pesadelos
Tento me encontrar

e vagarei pela vida afora tentando...

Com minha solidão de mil anos,
há mil anos sós...

Mas se o sol
voltar a brilhar amanhã,

a despeito de tudo acontecer,

cantarei sorrindo
o novo amanhecer...

* * *
@Mensageir@
Rio, 07/2001

O bs. Este foi o segundo poema que
mandei pro mundo... rs. NVP.




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