Alma rebelde...


Minh'alma que serena era,
se rebelar, decidiu.
Impertinente, resolveu me desacatar.
Cansada do antigo pouso,
a me testar, saiu por aí.
Pediu carona ao vento
pra depressa viajar.

Queria dar "um giro" pra desanuviar.
Reviver plagas distantes, relembrar seu livre passado.
Andar por campos verdejantes, rever cascatas cristalinas
que quase já não existem mais.
Assumir o controle
do seu universo deflorado.
Onde sem preocupações errava pelo mundo a cantar.

Conhecedora do Cosmos
e das Galáxias,
como ninguém,
Partiu triunfante
sem nem olhar pra trás.
E eu, um murcho adeus acenei
em despedida.
Triste sina
de um sucateado coração.

Mas eis que de repente,
ela retorna.
Cabisbaixa, faminta, triste
e com saudades
pelo que não viu,
pelo que deixou pra trás.
Dos afagos que ganhava,
das preciosas afinidades existentes,
principalmente da amizade sincera
que reinava sem cortar-lhe a liberdade.
Mais que depressa,
e sem reclamar,
dei-lhe as boas-vindas ...

e acordei assustada, ora essa!

Nídia Vargas Potsch
@Mensageir@
Rio de Janeiro - RJ - 17/10/2006



 

 
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