Quando eu era pequena,
No dia de São João,
Encantava-me a cena,
De ver subir meu balão.
Papai, com capricho o fizera,
Cada gomo era uma letra do meu nome.
Voltar ao passado eu quisera,
Para matar a saudade que me consome.
Meu balão era colorido... Tinha vida,
Quando cheio, formava o nome Muriel,
Acendia-se a tocha, era dada a partida,
Ele subia pomposo para o céu.
Papai me dizia com mansidão:
O balão está cheio de amor.
Ingênua, eu deixava correr a imaginação...
Quem o visse não teria tristeza ou dor.
Muriel E. T. N. Pokk
São Paulo - SP
Livro: Poesias ditadas pelo coração
|