SOLTO MEU GRITO
Maria Tomasia

Solto meu grito, tão condoído,
ao ver tantas almas sofrendo;
jovens com o futuro já corroído,
às profundezas vão descendo.

São os pobres coitados da vida
que vivem soltos e à míngua,
sem terem sequer restos de comida
 e até de água, para molhar a língua.

Todos enxergam, mas não fazem nada,
passam sempre em disparada,
principalmente durante a madrugada...
alguns, dão até risada.

Pela tristeza que invade meu coração,
grito ao mundo para dar uma olhada
nessa pobre gente sem direção,
dando-lhe comida e tirando-a da calçada.


RJ 19/02/11






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