Desistência


Meu corpo será um sacrário,
onde ninguém mais irá tocar.
Farei dele o meu breviário
e ninguém nele poderá rezar.

Cansei de sofrer e de chorar
por tantos fracassos no amor.
Não quero ver meu coração sangrar;
às aproximações, irei me opor.

Quero viver longe das maldades
- antes só do que mal acompanhada.
Não deixarei de praticar bondades
e minha vida será poupada.

Procurarei nunca mais soluçar,
porque sozinha, sempre estarei.
Outros corpos não irei abraçar,
a outros homens não me entregarei.

Maria Tomasia
Rio de Janeiro - RJ - 01/01/2011



 

 
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