Um menino arteiro

Recebi em 28/09/2006
 


Um menino arteiro,
de espírito aventureiro,
viveu venturas e desventuras,
em imaginárias aventuras...
Aventuras de tão imaginadas,
que acabaram realizadas...
Elaborava mil roteiros,
e aconteceram quase por inteiro...
E como foi duro,
esperar pelo futuro,
para realizá-las...
Enquanto estava a sonhá-las,
eram outras suas aventuras...
Sempre dizia, "de cachorro,
jamais corro"...
E em sua lembrança,
vêm os pomares da vizinhança...
E eram as goiabas,
e também as jabuticabas...
Assim "conquistadas", tão deliciosas...
Como eram saborosas...
"Ai que saudade que tenho",
quando disso a lembrar-me venho...
São lembranças tão vividas,
"da aurora da minha vida"...
Adorava roubar flores,
encantado por suas cores,
e à minha mãe oferecia,
quase todo dia...
E ela me beijava agradecida,
pelas flores que recebia comovida,
mesmo sabendo como as conseguia,
mas o vizinho nunca me via...
E das vidraças, sequer imaginava
quem as quebrava...
Meu espírito aventureiro,
sempre livre por inteiro,
levou-me a lugares distantes,
numa experiência de vida,
jamais esquecida...
Mudei rumo, descobri novo caminho,
vivi, viajei, conheci...
Muita experiência adquiri...
Eis-me de volta ao meu cantinho...
Mais vivido, mais experiente,
disposto a viver, simplesmente...
Amores vividos, amores tidos,
amores igualmente perdidos...
Sempre muitos amores,
dando à vida novas cores...
Mas um espírito assim aventureiro,
quer um amor total, por inteiro...
O importante é viver a vida,
vivendo-a como deve ser vivida...


Marcial Salaverry
Santos - SP - 26/09/2006




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