Desapontado o dia olhou a noite E perguntou assustado sem freios: Oh, noite, o que é que te faz tão faceira E os poetas todos te cantam e te encenam em telas? A tarde sem rodeios beijou o dia e acenou com adoração No que a Noite respondeu: Oh, dia, não sei, estou aqui quando Tu permites o encantamento do teu findar e fico a esperar num canto O dia num gesto de desilusão Postou o sol em fim de linha Num horizonte perdido lindo E ainda assim não contente Pastoreou a beleza noturna Abandonando o Sol taciturno A noite despreocupada vinha Tarde enfim após o dia gerado Julgado pela aspereza tão diurna Abriu a cortina da sua rara janela Costurou filete de estrelas nos Céus Conversou com as filhas Nuvens Aflitas Despencando A Rainha Lua num Abismo de Show... Luiza De Marillac Bessa Luna Michel |