Falta-me o teu coito quando saio de ti
porque nesse sonho que outrora vivi
vivemo-lo os dois com tal satisfação
que um trocar de olhares era a nossa tesão.
De manhã à noite em lençóis de cetim
- roupas pelo chão teu cheiro a alecrim -
deitávamos tocando-nos com a mão
nos sítios mais recônditos na cama ou no chão.
Risos apoderando-se de nós completamente
- quase parecendo duas crianças a brincar -
era como se acordássemos de repente
e começasse tudo outra vez era só inventar.
Que é de nós agora como numa calma aparente
se aparecêssemos com novo desejo no ar
sabendo, no entanto que isso é inconsequente
porque tudo acabou ainda antes de começar?
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia - Portugal -
03//05/2023
*Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com
a antiga ortografia.