Canto o fado com a alma toda na mão; me transcendo pela entrega; que faz vibrar este meu coração - soma exposta pela refrega!
Neste cantar todo eu sou emoção saudade e terna harmonia, que pela luz de um castiço lampião leva adiante real melodia.
Nas mesas o vinho bem refinado andando de boca em boca eis que traz à tona o fascínio do fado se cantado com voz rouca.
De preto me visto a preceito para nele me enlear; pois todo eu sou o mui fatal trejeito que à pele traz arrepiar.
E de olhos fechados e à comunhão deixo-me abandonar, por esta sempre eterna sedução que é o fado a se cantar
Jorge Humberto Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal - 13/12/2011

*Por decisão do autor, o texto está
escrito de acordo com a antiga ortografia.
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