*Por decisão do autor, os textos estão escritos
de acordo com
a antiga ortografia.

Primeira
Quadra:
Quadras ao gosto Popular I
A minha linda casinha
é minha de mais ninguém
quem vier por bem
pode vir, se for boa vizinha
que quem lá vive à tardinha
gosta muito e gosta bem
de sua namorada: ou a namoradinha
como não há outra alguém
Não tem a minha casinha
riquezas materiais por aí além
mas tem à fria noitinha
cobertas, como outras não têm
Água fresca, fresquinha
na torneira haja quem
tenha outra igual como à minha
que eu bem pago: bom vintém
Aqui versei a melhor letrinha
escrevi sem desdém
poemas como à minha
Musa, que então encantei.
A lápis ou usando canetinha
poemas de amor a quem
minha alma retinha
Na folha alva ficou – mais além;
Por isso não a deixo sozinha
continuar a ver o Tejo como a ela é meu bem,
assim o humilde poetinha
que nunca fez mal a ninguém.
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal 17//07/2020


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Segunda
Quadra:
A minha vida
A minha vida não importa,
Fui e esqueci.
Agora sou só a porta,
Com que então me redimi.
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal - 23/09/2023


Terceira
Quadra:
Aqui me apraz
Aqui me apraz - Euclides Cavaco I
Aqui me apraz responder
E com gratidão o faço
Enviando com prazer
O mais salutar abraço.
Orgulha-me - Jorge Humberto II
Orgulha-me fazer parte
desse teu reinado
que cumpre e é atestado
com tudo o que reparte
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal - 05/12/2023


Quarta
Quadra:
Olá Jorge
Olá Jorge - Euclides Cavaco I
Olá Jorge meu amigo
Respondo com alegria
Estarei sempre contigo
Nas andanças da poesia
Olá Cavaco - Jorge Humberto II
Olá Cavaco bom amigo
Respondo sem enfasia
Sempre que estou contigo
Não há cá burguesia
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal - 08/12/2023


Quinta
Quadra:
Sincero Agradecimento
Euclides Cavaco I
Sincero agradecimento
E uma noite abençoada
Deste singular momento
Que é noite da CONSOADA.
Jorge Humberto II
Como todo o agradecimento
É sincero e bem intencionado
Que este seja grande momento
Junto da família - agraciado.
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia -
Portuga - 25/12/2023


Sexta
Quadra:
Quadras De Noivar
Quanto mais longe mais perto do coração,
diz o ditado e di-lo com razão.
Se a lonjura traz saudade,
lembrar não é menos verdade.
Como quando não cala a voz,
porque a noite se lembrou de nós.
E é então que tudo é alegria,
morre a noite e nasce o dia.
Morre a noite nasce o dia e o sol a porfiar;
vem lá detrás, detrás do mar,
com os namorados pela mão:
pobres, mas sabidos cheiinhos de razão.
E mais um dia se passou,
lembrando um outro que não se negou.
Cantam as alminhas a rezar
p’ra que o casamento, ali tenha lugar.
E há já quem queira pôr sinos a rebate,
ou então um relógio: tique-taque, tique-taque.
Toda a gente é um mundo
passam os dias num segundo.
E os namorados, enamorados,
um tanto ainda desconfiados,
percebem, que as gentes têm razão,
porque os entendem - e à sua paixão.
Não querendo a ninguém -nem a eles- magoar,
eis chegada a hora, eis a hora de casar.
E chamando o padre, lá da aldeia,
escutam com certa graça, esta bonita ideia:
“se são pobres e sem dinheiro,
haja quem compre, amor assim por inteiro…”
Vão flores de mão em mão, sorrisos doirados,
para verem os noivinhos, finalmente casados.
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia -
Portuga - 17/06/2024


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Sétima
Quadra:
“Gentes”
Na calma aparente
de mais um dia
gente como à gente
sarcasmo e ironia
curva descendente
profunda agonia
caminha descrente
na noite vazia.
‘Mas se a vida é intransigente
a “gente” porfia
planta a semente
poderá ser alegria’.
Gente como à gente
da “gente” arredia
não se mostra indulgente
quem caminha outra via.
Que feliz e contente
cada qual sua mania
deve andar toda a gente
noite e dia, noite e dia!
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal - 31//12/2024


Oitava
Quadra:
Em benefício da dúvida
Esforço-me, para não adormecer,
cedem as pestanas ao obscurantismo.
E, às tantas, sinto-me a ceder,
à vontade leviana do secretismo.
É como se me sentisse a enlouquecer,
num tal cómico dramatismo,
que me levasse a esquecer,
toda a minha onda de civismo.
Aquieta-se o café, cigarros a perder:
toda a força inicial do tabagismo.
Horas depois, depois do entorpecer,
volto a mim, em caos e terrorismo.
Hospitais e médicos, querem lá saber -
não é isto uma forma de panteísmo?
Se vou ou não vou mais sofrer,
contra toda esta gente e eufemismo,
é um livro que lêem quando lhes dá prazer,
todo ele atípico, e cheio de pessimismo?
Que posso então eu aqui fazer,
se isto não passa de voyeurismo?
Deixar-me ficar, de vez adoecer,
num absoluto desperdício de consumismo,
engordando, vendo-me desvanecer,
ou bramindo minha espada, dar-me benefício?
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal - 29//09/2024


Nova
Quadra:
Logo vemos!
Só de imaginar
uma flor à janela
me ponho a sonhar
sonhando com ela.
Pode haver muitas -
fértil imaginação.
Só algumas fortuitas
apelam ao coração.
Flor de saia a rodar
no jardim ostenta
folhas, a derramar
olores que fomenta.
Uma criança brinca
uma outra observa
o mundo que trinca
numa maçã que à boca leva.
Não sei aonde
tinha esta poesia
ou quem responde
nesta hora tardia…
mas, a dada altura,
a mim já devia
alguma fartura
que a alma escondia.
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal - 25/02/2025


Décima
Quadra:
Lua Luana
Não sei que me deu
estava eu à janela
e o olhar se perdeu
estava eu a pensar nela.
Já tinha reparado
meu ser abstraído
numa pessoa em separado
com um ar bem divertido.
Em silêncio a buscava
mas não me atrevia
em dar-lhe uma palavra
seu nome, qual seria?
Nome de uma flor
quem sabe de uma estrela.
Mas seja ele qual for
sua graça hei de sabê-la.
Passaram-se os dias
gritava o meu coração.
Se me visses, que dirias
ao estender-te a minha mão?
Sou pessoa doce como o mel
e se alguém por mim chama:
Alexandre Daniel,
tu serás, a minha Luana!
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia -
Portugal - 04/03/2025


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