Sinto-me doente, de tanto sentir.
Enlouquece-me este estar a sós comigo.
Vem, amor, eu estou só e tão sofrido,
Que melhor seria saber-me mentir.
Ah, mas mentir, mente quem pode,
Não sofre revés, de ato insano.
Mas eu ingênuo me descambo,
Sofrendo a dor, de ser meu nome.
Sempre o tempo há de correr,
Menos a loucura sem retorno.
E inda que eu morra ao abandono,
Serás tu, razão e vida, de meu viver.
Que todas as lágrimas fossem aqui.
E o mar, que houvesse de trazê-las,
Fossem estas minhas mãos, a enternecê-las
E todo o meu querer, estar junto a ti.
Jorge Humberto
Santa-Iria-da-Azóia - Portugal - 17/12/2004
*Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com
a antiga ortografia.