PAUTA
Gui Oliva
Apressa uma tocata delirante,
como se a vida repleta de entremeios
pudesse dedilhar um canto suplicante.
Envolve assim em seus rodeios,
incendeia em seu delírio inflamante,
dita que se enlacem os seus ponteios.
Vive uma sonata em seus movimentos
fiéis à alegria extrema ou à dor cortante,
experimenta o sabor de seus anseios.
De repente soa a pausa de um acalanto,
como se aspirasse a brisa de um encanto
para retornar em turbilhão de devaneios.
Cadencia o fulgor nos enlevos da ribalta,
marca o compasso sem dor e pranto,
usufrui da plena harmonia dessa pauta.
Santos, fevereiro de 2011
