Amargura


Mesmo sabendo que devia seguir,
levantar e partir,
não consegui.

Uma força imensa
mantinha-me ali,
suspensa.

Mesmo sabendo que devia te esquecer,
arrancar-te de mim, deixar ir,
não consegui.

Tua presença intensa
mantinha-se aqui,
em ausência.

Como brisa morna,
feito noroeste,
brevemente passaste.

Os restos da saudade
arrancados de mim
ardiam,
espalhados pelo chão.

Jorraram da alma
em rios de lágrimas,
outros tantos,
incontidos
pelas minhas mãos.

Agora,
mais do que nunca
eu preciso ir.

Transpor essa moldura,
sair desse quadro
chamado Amargura.

Gina Zilli
12/05/2006



 

 
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