NADA MUDOU
Silvia Giovatto (faffi)

A chuva lavou o céu
escondeu a lua e apagou as estrelas,
impedindo que elas dessem boas vindas
ao ano que se iniciava.
Mesmo assim, o céu ficou iluminado,
o show ficou por conta dos fogos
que se cruzavam no ar, dançando como bailarinas.
2012 chegou debaixo de chuva,
vai ficar entre nós com os seus 365 dias,
tempo suficiente para brincar de esconde,
esconde, com a lua e as estrelas.
Os primeiros dias do ano novo foram tranquilos,
apesar da chuva cair torrencialmente.
Janeiro está chegando ao fim...
e a gente descobre que nada mudou,
rios continuam transbordando,
cidades continuam inundando, casas caindo,
famílias perdendo tudo que possuem.
As nossas ruas são impermeáveis, tudo asfaltado,
como sonhava Maria, não existe mais terra para absorver
as águas das chuvas, só lá no morro, que está vindo abaixo a cada dia.
É Maria!
talvez tudo era melhor quando você podia subir o morro
com uma lata d´água na cabeça e lutar pelo pão de cada dia,
sem medo e sem ter pesadelos com a chuva caindo.
Enquanto os morros vem  abaixo, o carnaval está chegando
com a sempre riqueza das escolas de samba e das suas fantasias.
Nada mudou,
mas, a sua pedra seu Drummond, continua ali, no meio do caminho.

* * *



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