Morre, agora em mim, a última
ilusão...
A ilusão da vida!
Serena e lenta vai se
apagando,
ternamente, sem revolta nem gritos.
Apenas meu corpo cansado e
minha
alma ingênua a acompanham nesta
madrugada que insiste em chorar.
Sem o olhar cúmplice das
estrelas nem
o fascinante brilho prateado da Lua, resta
ela imóvel a minha frente, morrendo a cada
palavra vazia que seco em seus lábios...
Pela janela busco alguém com
quem repartir
esta derradeira agonia, mas apenas o som da
copiosa chuva que cai, responde com fria e
monótona indiferença...
Velha ilusão da vida!
Morre na pífia e cruel
indiferença do mundo.
Abraçada à solidão desta noite e subjugada
à cadência do meu melancólico teclar...
Na pobre e rasa cova deste triste poema...
Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ - 07/02/2008
Fundo Musical: Leaves in the wind - Ernesto Cortázar
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