Eclipse


Submissa, caminha a Lua
pela sombra da Terra... E, com ela,
seguem meus sonhos encobertos
pela profunda ausência do amor.

Alheios à minha dor, olhares enamorados
contemplam o negro céu, enquanto lábios,
envoltos em ilusões, aguardam o renascer
da prateada vida.

Quantos amores ocultaram-se atrás
dos meus antigos desejos?
Quantos desejos morreram aos pés
dos meus incompreendidos amores?

Na incerteza da noite, a Terra agora
chora negras e pesadas lágrimas e o
renascer enluarado da vida esta noite
não virá...

Seu pranto, definitivamente sem brilho,
corre pela minha deserta rua, agora
mortalmente marcada pelo passar
solitário de misteriosas ilusões.

Nossas tristezas, por fim se abraçam...

... E morrem, em silente pesar, nesta
amarga ausência da Lua...


Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ -
21/02/2008



 

 

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