Passa a morte montada em indefinido calibre. Alucinada segue ela friamente ao sabor do destino.
Poderia se perder no espaço, encravar-se em uma árvore ou, quem sabe, ricochetear no asfalto e seguir inofensivo rumo...
A vida, no entanto, reveste-se de tragédia! Triste gemido parte de uma infantil boca ao tempo
em que inerte cai por terra desfalecido corpo.
Nele, em final suspiro, morrem sonhos e ilusões precocemente desfeitas.
No negro asfalto vai o sangue desenhando macabra figura enquanto passos apressados tentam socorrer
a pequenina vítima. Lágrimas se juntam ao sangue e redesenham um grito de revolta diante da triste realidade da vida.
Indiferente o dia também morre, sem justiça e sem culpados,
apenas a dor segue a confirmar os desgastados caminhos da desesperança...
Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ - 22/07/2012
Fundo Musical: Angel - Ernesto Cortázar
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