Caminhante... Ser passante...
Transeunte... Ser errante...
Nômade... Peregrina...
Perambulante... Cigana...
Passos lentos em direção à vida
Busco meus estigmas vencer
Caminhante, ser passante...
Transeunte, ser errante...
Caminhos longínquos, estradas turvas;
Sigo as caravanas do Saara
Nômade, cigana, peregrina...
Mente de adulta, alma de menina...
Pausadamente, vou deixando meu casulo...
A crisálida surge efervescente
Corpo dormente, sensação de desconforto.
As novas formas ajustam-se
Custam a adaptar-se à realidade.
A borboleta não quer despertar
A inércia da fase casular é mais tranquila
Caminhante, ser passante...
Transeunte, ser errante...
Aumento a velocidade dos passos
Há um festival de imagens
Que se descortinam,
Diante meus olhos,
Ofuscados pelo lume estrelar.
É a minha vida, quadro a quadro,
Desvendada a mim.
Urge mudanças, transformações necessárias...
É preciso reação, transmutação de ideais...
Novas metas a traçar, objetivos a alcançar...
Caminhante?... Ser passante?
Transeunte?... Ser errante?
Nômade?... Peregrina?... Cigana?
Não mais! Não mais! Não mais!
Metamorfosear esta vida acomodada...
Lutar... Pelear... Arriscar...
Caminhar com passos firmes e corretos...
Crescer, assumir a vida...
Deixá-la nascer outra vez
Romper barreiras,
Quebrar a cavidade alveolar.
Permitir à borboleta o voo!
Voa borboleta, voa...
Em busca de uma vida melhor!
Seja feliz, muito feliz!
Denise Severgnini
Novo Hamburgo - RS
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