Há tempos nos quais sou tudo
Em outros, um zero à esquerda Dou voltas, profiro grito mudo Sinto-me um poliqueta sem cerda
Há tempos que floresço em viço
Em outros, hiberno em negrume Sou cabelo derruído e quebradiço Não consigo adquirir bom volume
Há tempos nos quais “ensolareio”
Noutros, chovo torrencialmente Nem com minha poesia, eu clareio Labirinto fremido desta de_mente
Jazo na temporada chuvosa Inquieto pensamento conturbado
Sei que a estação é “temporosa” Como rosa, ainda há olor a ser exalado...
Denise Severgnini
Novo Hamburgo - RS
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